No entanto, os tempos estão em franca mudança.
As mulheres estão agora a mergulhar no mundo da tecnologia e a ganhar o seu lugar por mérito próprio.
No mundo da tecnologia e das startups, as mulheres desempenham um papel cada vez mais significativo, quebrando barreiras, desafiando estereótipos e impulsionando a inovação, liderando startups inovadoras e revolucionando indústrias.
De facto, as mulheres trazem perspetivas diferentes, as quais aliadas às competências adquiridas, permitem uma nova abordagem para a resolução de problemas da sociedade em geral.
Uma das grandes forças que impulsiona a ascensão das mulheres na tecnologia é a sua enorme capacidade de pensar fora da caixa e o seu pragmatismo e, por isso, são excecionais a identificar oportunidades e a criar soluções disruptivas. Além disso as mulheres empreendedoras não estão apenas focadas na construção de negócios de sucesso financeiro, esforçando-se igualmente para que esses negócios tenham um impacto positivo na sociedade.
Na maior parte dos casos, as startups fundadas por mulheres, abordam áreas críticas como a saúde, educação, ambiente, biotecnologia, sustentabilidade e problemas sociais.
Ao alavancar a tecnologia e o seu espírito empreendedor, as mulheres estão a impulsionar mudanças reais e a fazer a diferença no mundo, existindo um reconhecimento crescente do imenso potencial inexplorado que as mulheres trazem para a indústria tecnológica.
No entanto e apesar dos progressos alcançados ainda existem vários desafios, barreiras culturais e preconceitos; acesso desigual ao financiamento e sub representação em posições de liderança.
É por isso crucial dar resposta a estes desafios e barreiras, criar um ambiente inclusivo, para permitir um maior envolvimento das mulheres na tecnologia e aproveitar esta capacidade catalisadora de mudança e de inovação.
Para isso é fundamental: alterar sistemas de ensino, introduzindo o empreendedorismo, bem como oportunidades de educação em ciência e tecnologia nos programas escolares, desde o ensino básico; orientação técnica/ profissional nas escolas e universidades; implementar programas de capacitação e mentoria; lançar iniciativas para fornecer apoio, recursos e oportunidades; promover modelos femininos de sucesso.
Quanto ao acesso desigual ao financiamento: para melhorar o investimento em startups lideradas por mulheres é necessário incentivar mais investidores e apoiar as empreendedoras. Como é que isso se pode fazer? Uma das possíveis soluções será através de programas de consciencialização e educação sobre a importância de investir em diversidade; além da criação de redes de apoio para conectar investidores e startups lideradas por mulheres.
É também fundamental promover a transparência nos processos de seleção assegurando a presença e participação de startups lideradas ou co-lideradas por mulheres.
Isso já acontece em vários programas europeus, os quais têm a preocupação de introduzir nos critérios de seleção a presença de mulheres nas equipas.
Pessoalmente acredito que o talento não tem género e que haverá sempre investidores para boas startups.
E quanto à sub-representação em posições de liderança?
A sub-representação das mulheres em posições de liderança é um problema persistente em alguns setores e a tecnologia é um deles. Apesar dos avanços é verdade que ainda persiste disparidade entre homens e mulheres. Essa disparidade pode ser atribuída a desafios estruturais, a preconceitos inconscientes e às barreiras culturais.
É importante que as empresas e a sociedade em geral trabalhem ativamente na promoção da igualdade de oportunidades, incentivando a diversidade e apoiando o desenvolvimento de competências de liderança em todas as pessoas, independentemente do género.
A diversidade é fundamental para impulsionar a inovação e a criatividade na indústria da tecnologia.
in Link to Leaders – 6, janeiro 2024