Lisboa, 5 de fevereiro de 2024 – Oito em cada dez (79%) investidores portugueses em early stage estão insatisfeitos com as políticas públicas para o setor. Destes, 21% avalia muito negativamente a evolução destas medidas, segundo o “Barómetro do Investimento Early Stage 2023”, o primeiro levantamento do sentimento e perspetivas dos investidores do ecossistema português, realizado pela Associação Portuguesa dos Investidores em Early Stage – Investors Portugal.
A insatisfação é acompanhada de sugestões de melhoria das políticas para o setor, destacando-se o apelo ao reforço das medidas de apoio às startups e aos empreendedores para estimular o crescimento, à eliminação de bloqueios burocráticos que dificultam o investimento em startups no país e a um maior leque de iniciativas de financiamento e benefícios fiscais para investidores em early stage, especialmente Business Angels e veículos de investimento.
“Este barómetro permite-nos obter uma visão panorâmica do mercado e conhecer a realidade e as opiniões dos atores deste ecossistema, o que é fundamental para que possamos influenciar positivamente este setor”, afirma a presidente da Investors Portugal, Lurdes Gramaxo. “Os resultados deste levantamento, pioneiro no país, indicam que o mercado de investimento em early stage em Portugal tem arrefecido em linha com os ecossistemas mais desenvolvidos do mundo”.
Mais de metade (53%) dos investidores revela que houve uma evolução negativa do mercado em Portugal nos últimos seis meses do ano passado e faz uma avaliação negativa quanto ao volume de capital investido no segundo semestre, ficando aquém dos objetivos.
Face à execução do segundo semestre de 2023, 53% dos inquiridos está mais otimista quanto ao volume e à quantidade de novos investimentos a concretizar no primeiro semestre de 2024, mas, relativamente às startups participadas, mais de dois terços (68%) dos investidores espera dificuldades no levantamento de novas rondas capital, sendo que, destes, 16% está muito pessimista quanto à evolução deste parâmetro no primeiro semestre deste ano. Da mesma forma, mais de metade (58%) dos inquiridos conjetura uma evolução negativa das oportunidades de saída (‘exits’) na primeira metade de 2024 e mais de um quarto (26%) destes espera uma evolução muito negativa.
O estudo revela que, apesar de se observarem resultados positivos em matéria de evolução da quantidade de investimentos e de um aumento do acesso a oportunidades de investimento no segundo semestre do ano passado, é transversal ao ecossistema de investimento em Portugal uma grande preocupação com as startups já investidas. As expectativas para o primeiro semestre de 2024 apontam para uma maior dificuldade de levantamento de capital para rondas subsequentes, bem como para menos oportunidades de saída (‘exits’) face ao último semestre do ano passado.
O “Barómetro do Investimento Early Stage 2023” tem como base um inquérito realizado junto de uma amostra que representa cerca de 25% do ecossistema do investimento em Portugal, conduzido entre outubro e dezembro.